domingo, 13 de abril de 2014

Razões para ser bonita com Ingrid Guimarães




Um espetáculo que é uma versão brasileira da comédia do premiado dramaturgo norte-americano Neil Labute é  estrelado por Ingrid Guimarães, Marcelo Faria, Gustavo Machado e Aline Fanju.
Sob a direção de João Fonseca.
Foi comprado os direitos autorais e os brasileiros agradecem,pois um espetáculo que faz parte da triologia de Neil Labute só tende a render elogios.Triologia sobre as aparências: 
 "A Forma das Coisas", "A Gorda" e "Razões Para Ser Bonita".

RAZÕES PARA SER BONITA É UMA PEÇA PARA RIR,PENSAR E TAMBÉM SE EMOCIONAR.

Enfim o espetáculo sob o prisma conjugal de dois casais encena a vida real e correlaciona a importância dada pela sociedade hodierna no parâmetro de  beleza a ser perseguido.Como diria Zélia Duncan:

...o mundo gosta da beleza fácil
Do que é superprático
Banalidade rara
Superfície clara
Do que se vê logo de cara
E nunca se enxerga.
(Trecho da música de Zélia Duncan/beleza fácil )

A beleza abre portas e aprisiona os mortais em vitrines.O que seria a beleza?Uma miragem que ninguém consegue deter e o tempo rouba sorrateiramente e por assim dizer o belo seria o efêmero?Ou o que lhe apraz?E se for efêmero e passageiro o que sobrará dos mortais?


como dizia a personagem de Ingrid Guimarães quando no espetáculo faz analogia com as belas dos contos de fadas.A bela e a fera por exemplo.Por que não o belo e a fera!
Será mesmo que o homem ficaria com uma fera toda peluda num conto de fada e na vida real...Com as suas analogias a platéia se diverte.
Analogias divertidas mas que trazem o teor que desde a infância o ideal a ser perseguido de beleza é surreal.É só prestar atenção.Diz Ingrid Guimarães
- A branca de neve,a cinderela e tantas outras...
Em um desabafo da personagem de Ingrid Guimarães ela fala que gastou um carro no rosto e o namorado dela diz que o rosto dela é comum.
A platéia rir e ela interage!
Que maravilha de espetáculo.

Interage com o público e faz o público pensar sobre o esteriótipo ideal que a sociedade apregoa.
O culto à beleza.E a ditadura da beleza.
O que é comum seria atrelado ao feio?
Mas o que é comum mesmo?
Razoável perguntar isso
É tudo que foge aos padrões?

Reflexões à parte...



Recife está lotando o Teatro Rio Mar.Já é a segunda semana que  a peça está em cartaz aqui no Recife.E  o espetáculo tem agradado ao público e a crítica.



Por Arlã Rocha 




domingo, 6 de abril de 2014

É possível que um advogado seja coautor do crime de falso testemunho?


O crime de falso testemunho previsto no código penal art. 342.Penaliza quem comete tal crime.A doutrina diz que deve ser afastada a possibilidade de coautoria por se tratar de infrações personalíssimas,ou seja, infrações próprias praticado pelo agente previsto no tipo penal,não sendo possível a divisão de tarefas.
Em sentido contrário o STJ decidiu:

Entendimento desta Corte de que é possível,em tese,atribuir a advogado a coautoria pelo crime de falso testemunho.(STJ,REsp. 402783/SP Rec.Esp.2001/0193430-6;5ª T.,Rel.Min.José Arnaldo da Fonseca,DJ 13/10/2003,p.403 ).
Houve então uma quebra da regra geral.
O delito de falso testemunho,apesar de ser considerado de mão própria ( delito de atuação pessoal e intransferível do agente que pratica o crime ) admite a participação.
Precedentes desta corte e do STF ( STJ,REsp..659.512/RS,Rel.Min.Gilson Dipp,5ª T.,DJ 29/11/2004,p.397 ).


Obs.: No caso de autoria mediata em um crime de falso testemunho sob coação irresistível.( exceção à regra )

Ex.: A doutrina considera que crime de falso testemunho é considerado crime de mão própria.Não sendo possível a autoria mediata.Considerando que muitas dessas regras pode ter exceção.

A autoria mediata é plausível nos crimes de mão própria não sendo delito de execução pessoal ( STJ,REsp..761354/PR,Rel.Min.Felix Fischer,5ª T.,DJ 16/10/2006,p.421 ).


Crimes de mão própria - Aquele em que somente o agente previsto no tipo penal praticará o crime.

Autor mediato- quem comete o fato punível por meio de outra pessoa.


Por Arlã Rocha 


FONTE:

GRECO,Rogério.Código Penal:comentado,7.ed.Niterói,RJ: Impetus,2013.


sábado, 5 de abril de 2014

O filme Noé do diretor e roteirista Darren Aronofsky



Noé é um filme do diretor e roteirista Darren Aronofsky inspirado na  história bíblica em que um homem chamado Noé recebe uma missão divina de salvar a criação do dilúvio.

Antes de ver o filme é bom saber que por conta da trajetória de Noé contada no filme ser um pouco fantasiosa o longa-metragem foi proibido em alguns países como Bahrein, Catar, Emirados Árabes e Indonésia, de maioria muçulmana.

No filme a construção da arca por Noé e o trabalho árduo é pouco explorado e é acrescentado hipóteses muito refutadas.Entre elas: os guardiões de pedras ajudam Noé a construir a arca;a tentativa de invasão na arca;Tubalcaim não entrou na arca nem fez conchavo com o filho do meio.Entre outras criações fantasiosas que irão perceber na trajetória de Noé.

No filme a benevolência de Noé muitas vezes é deixada de lado para dar contorno a um homem  também intransigente.O que convém afirmar é que muitas vezes os nossos salvadores são mitificados e o diretor desconstrói essa idéia.Talvez isso provoque tanta polêmica e discussão em torno do filme.O que podemos perceber é que o diretor e roteirista quis destacar essa desconstrução.

Uma história conhecida por todos pode ter alguns destaques quanto ao que o filme pode representar no imaginário do espectador.Afinal a história de Noé no filme não revela uma trajetória fiel à história bíblica.


A construção do filme enfoca o pecado,a criação do mundo e a destruição para que o bem possa reinar.


Personagens com personalidades exacerbadas em que o homem e a natureza dos seus desejos e sentimentos podem demonstrar.Ser fiel a história não é o foco,mas o foco é construir uma história paralela que engendra por um caminho de luz,salvação,devoção,pecado,destruição,criação e renascimento.


Ator Russell Crowe interpreta Noé

Associo o filme à recriação cinematográfica que recria e cria o que acontece durante e antes do dilúvio.Criando até uma tentativa de invasão na arca de Noé.O que verdadeiramente não acontece na história bíblica.
Enxergando o filme como arte sem desconsiderar o que de melhor o diretor e roteirista quis mostrar é que a arte está à serviço da criação e se o processo de criar estiver à serviço da relexão.
Digo que a arte é também processo de discussão!
E assim afirmo que o filme é inspirado na história bíblica de Noé e falar baseado será um tanto exagerado.Para saber se o filme vale a pena aceitar como ficção só você e seus conceitos dirão.E se for arte conclame então.


Por Arlã Rocha