segunda-feira, 16 de junho de 2014

Cogito,ergo,sum





Eu não posso morrer agora
Antes de amar despudoramente
Eu não posso morrer enquanto não souber dar um trago na vida
E entrar num êxtase que só uma droga alucinógena nos traz
Eu não não posso morrer enquanto pensar em morrer
A morte pede o preço da vida
E a vida pede o troco
 Negligenciando o tempo
Pedimos o troco
E viramos pedintes
Da curta vida eu sei tão pouco
E da longa sei menos ainda
Eu vivo e morro
Em um só dia
E na madrugada acordo
Embrumado nos meus livros
E enquanto leio
Ensurdeço
Loucamente
E adormeço
Em leves reflexões
E assim a morte
Parece certa
E a vida de tão incerta
É a mais certa
Pois conta pra mim
Sobre a sua brevidade
E fala em alto e bom som
Viva!
E enquanto eu viver
Pensarei em morrer
Sempre nos encontros e nas despedidas
Pois a fênix sabiamente
Sabe que as cinzas
Advindas do fim
Provêm o renascimento
E assim em divagações matinais
Madrugada a dentro
"Corgito,ergo,sum"


Por Arlã Rocha

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