Veludo azul (cinema)

Veludo azul é um longa metragem de 1986 dirigido por David Lynch.Filme de fantásticas atuações podendo destacar a personagem Dorotty Vales uma cantora que vive em um mundo aparentemente misterioso que vai se revelando sombrio,dramático e pertubador (interpretado por Isabella Rossellini).

A atriz dona de uma beleza singular empresta o seu genial talento atuando com Dennis Hopper em cenas que irão pertubar o expectador.Podemos perceber o sadismo presente na personagem de Dennis Hopper (Frank o traficante de drogas) que brilhantemente em cenas cruéis e pertubadoras revela a sua sombria face enredada numa sociedade aparentemente perfeita.

O diretor David Lynch no filme Veludo azul revela um cenário interno de aspecto sombrio e conjectural,as cenas externas revelam dois lados captando o dia ensolarado,as tardes bucólicas,o dia a dia rotineiro e a noite emblemática que desmistifica os dias bucólicos.É possível perceber no cenário bucólico um texto complementar onde as imagens falam quando as flores florescem e a escuridão se encerra.

Seria impossível não perceber a atuação de Isabella Rossellini que em um amontoado de sensações interpreta com maestria as nuanças de sua personagem intrincadas num filme impactante.

Principais prêmios e indicações:

OSCAR

Indicado na categoria de melhor diretor.

Festival International du Film Fantastique d'Avoriaz 1987

Recebeu o grande prêmio

GLOBO DE OURO

Indicado na categoria de melhor atuação de ator coadjuvante em cinema ( Dennis Hopper ) e melhor roteiro de cinema.

INDEPENDENT SPIRIT AWARDS 1987 (EUA)

Venceu na categoria de melhor atriz protagonista (Isabella Rossellini).

Escândalo

Quisera

Bem pudera

A curiosidade

Mãe da verdade

Deu a você

As imagens 

Antes inimagináveis

E a vergonha 

Dos desavergonhados

Tornara-se a tua vergonha

Escondida na fresta

Da tua janela

Janela que mostrara

A tua insensatez

Alheios estão

Os desavergonhados

Que desconhecem

A tua vergonha!!

E a fresta  da janela por onde 

Entra a luz

Jamais mostrará

A vergonha que insiste

em esconder!

MANDE O TÉDIO VIAJAR

O tédio é uma intriga que insiste em ficar diante da felicidade e o seu par.O tédio é senão a conversa da titia entediante que fala de modismo de antes e de agora!Hoje me despeço do tédio e escrevo sobre ele...é quando ele vai embora e o ato de escrever esvazia todo o tédio que outrora existiu.Conversa atinada sobre ele seria entediante prefiro escrever que sentir esse mau estado é fruto do não fazer,do querer conter, do querer e não poder,da incerteza,da inércia,do caos e da incapacidade de contê-lo.

A curiosidade diante do caos é o reflexo do despertar e antes de tudo sentir que o tédio não é sinônimo de monotonia.A monotonia é necessária para ouvirmos o Eu.A agitação que se encontra no Eu é encarregada de mandar o tédio sair.A calmaria interior será o resultado daqueles que não esqueceram  que está em paz é o melhor estado de espírito que podemos ter.A paz não é monótona.Ela abranda a desordem e acalma os aflitos.

Monótono seria aquele que nunca sentiu o tédio.

Diante do tédio ouvimos o "Eu"que não quer calar.Assim faz-se necessário sentir tédio,mas faça a sua mala e mande ele viajar.

A última gota

Assim cansado

Poético e cansado

Digo canso

Digo canto

Minha maior sede

É a que canto agora

Onde bebo

Até a última gota

Onde o elixir da loucura

E das prerrogativas

Para a sua existência

É aquela que faz 

Da minha existência

Nascer a sede 

embebida  na tua vontade de viver

E cantar a poesia

Assim nem penso em morrer!

Mar adentro (morte na vida e vida na morte)

Mar adentro filme dirigido por  Alejandro Amenabar venceu o oscar de melhor filme de língua estrangeira em 2005,baseado em uma história real, um homem tetraplégico luta na justiça pelo direito à eutanásia, preso por mais de 20 anos a uma cama e dependente de todos para viver.Filme de uma dramaticidade poética e singular,retratando tema tão complexo e tão polêmico partindo de uma ambígua relação entre a vida e a morte.Essa dualidade presente nos faz interiorizar conceitos de vida e de morte ...por fim fico por assim dizer que de tão inerte e inerte a tão angustiante e inebriante sensação poética o filme nos propõe a seguinte indagação:

O que causa a morte na vida e a vida na morte?

...fico por assim ouvir ressoar nos meus ouvidos a vida na morte pungente e dos ecos da vida que ressoa no mar adentro.Assim o poema que segue vai e não quer sair de tão latente sensação.

MAR ADENTRO

Rámon Sampedro

MAR ADENTRO, MAR ADENTRO

E NA LEVEZA DO FUNDO,

ONDE OS SONHOS SE REALIZAM,

JUNTAM-SE DUAS VONTADES

PARA REALIZAR UM DESEJO.

SEU OLHAR E MEU OLHAR

COMO UM ECO REPETINDO, SEM PALAVRAS:

MAIS ADENTRO, MAIS ADENTRO.

ATÉ MAIS ALÉM DE TUDO,

PELO SANGUE E PELOS OSSOS.

MAS EU ACORDO SEMPRE,

E SEMPRE QUERO ESTAR MORTO

PARA CONTINUAR COM MINHA BOCA

ENREDADA EM SEUS CABELOS.

Recomendo o filme  para aqueles que sentem que a vida e a morte apresenta mistérios um tanto reveladores.E que ficar sem resposta pode ser a sensação causada depois de ver o filme.Apenas ficamos inertes imbuídos de uma sensação um tanto angustiante,mas espetacular em fazer brotar,sensações únicas e adversas!

Tem buchada pra hoje

Dizem que é prato bizarro,

mas é prato caprichado 

Nordestino e abusado

De tão sofrido povo

Faz do abuso 

Um prato russo

Bucho cheio 

Pra apetecer

e  a pinga pra adormecer

Se você não beber pra descer

O que lhe apetecer

pode sair quadrado

E se não for nordestino

Cuidado!

Pois o prato é abusado

e  pode ficar acuado

Quando falar buchada

Lembre-se da madrugada

Que você comeu feijoada

Se não comparecer

Com certeza vai saber

No dia que esquecer

Que o prato foi pra você!

FESTIVAL DE CANNES E PREMIAÇÃO DE 2012

Palma de ouro para o filme "Amour" 

Hoje gostaria de falar sobre a sétima arte que cada vez mais tem conquistado o público em diversos países.O gosto pelas grandes produções cinematográficas despertam cada vez mais  interesse.Há aqueles que super estimam o visual,os efeitos e as belíssimas trilhas sonoras principalmente dos romances e das trilhas que compõe as cenas dramáticas.E o que dizer dos filmes que ganham prêmios no festival de Cannes atualmente teria o mesmo peso e a mesma medida dos filmes e das premiações do Oscar?os filmes hoje premiados no Festival de Cannes vem relatar um dado que até   então não tinha pensado à respeito,tenho visto filmes alternativos que carregam essas premiações e percebo a necessidade dos diretores desses filmes em despertar no espectador o cotidiano e a beleza nos lugares comuns e a dor sem caracterização,sem nenhuma maquiagem,sem nenhum efeito,sem nenhuma trilha sonora...simplesmente percebo uma dor pungente a fim de despertar  no espectador o que a sociedade vem perdendo "a sensibilidade" hoje fazer um filme com grande efeito é aquele que faz o espectador ir fundo adentrando as emoções latentes refletindo sobre o belo,o efêmero e  a dor...sensibilizar o outro em cenas nuas e cruas são dignos mesmo de prêmios,pois nossa sociedade está esquecendo de ser mais humana.O que é premiado no Festival de Cannes atualmente aparenta tal preocupação!!Louvável!!Cinema alternativo com filmes que nos faz refletir é cada vez mais incorporado na dialética do dia-a-dia.Filme vencedor da palma de ouro do Festival de Cannes no ano de 2012 é uma obra prima simplesmente pelo sentimento exacerbado de uma dor pungente em tão crescente dor!!A dor é senão o ingrediente de tão inflexível estado de perfeita lucidez presente no dia-a-dia...Assemelho a dor vivida pelo casal de idosos em o filme "Amour"a dor  que se refugia na falta da lucidez para encontrar de novo com o seu amor...

ESTUDO,Estudo,estudo...És tudo!

Estudo,

Estudo

Diante

Da casa

Do lar 

Da leve 

Preguiça 

Que insiste em ficar

Instale o caos

Nos guardados

E nas gavetas

Desengavetando

Idéias

Revirando

Uma nova roupagem

Que hoje

Faço questão

De usar

No modismo

De agora

E de sempre

Estando na moda

saudar,estudar

Arlã Rocha

De per si

Desdém

Do ofício

Do inculto

Do indulto

De per si

De onde

Verás

A janela

Por trás

Do horizonte

Além do cais

De per si

Da saída

Do momento

Da Gana

Do insulto

Da grana

De per si

Cada um por sua vez

Em si mesmo uma ação

De per si...

Arlã Rocha

Caetano Veloso melódico x eletrizante no álbum "Abraçaço"

O novo álbum de Caetano "ABRAÇAÇO" é incrivelmente moderno,contemporâneo e já recebe elogios da crítica.A criatividade de Caetano traz um som melodioso x elétrico e navegando por vários sons  melódicos.Em seu novo álbum com a música "A BOSSA NOVA É FODA"traz a crítica embutida sobre um novo conceito dentro de um conceito gênero.Seria neologismo falar de conceito gênero nessa dualidade entre sons e gêneros,resumindo  Caetano ultrapassa essa barreira entre sons e gêneros.O gênero aqui seria melhor qualificado como sons melodiosos,eletrizantes de pura modernidade.A moderna música popular brasileira perfaz um caminho um tanto eclético e o eclético som fascina.Super recomendado!

A música "Funk melódico" presente no álbum faz analogia com a mulher indigesta de Noel Rosa!!Para quem acha que Caetano está desmistificando esse gênero musical descriminado ou fazendo uma crítica com doses sarcåsticas...a mulher indigesta citada na música retrata o que Caetano não diz!!

Trecho da mulher indigesta de Noel Rosa

Mas que mulher indigesta!(Indigesta!)

Merece um tijolo na testa

Essa mulher não namora

Também não deixa mais ninguém namorar

É um bom center-half pra marcar

Pois não deixa a linha chutar

E quando se manifesta

O que merece é entrar no açoite

Ela é mais indigesta do que prato

De salada de pepino à meia-noite

Essa mulher é ladina

Toma dinheiro, é até chantagista

Arrancou-me três dentes de platina

E foi logo vender no dentista

...por que será mesmo que Caetano trouxe a mulher indigesta de Noel Rosa para o contexto da música?Verdade de uma assecção?assertiva ou não?acertou em cheio o som e a criatividade!quanto a análise das idéias contidas vou deixar que passe pelo crivo da sua reflexão!